A crise econômica mundial
Lula não saiu da elite tradicional do Brasil, mas chegou ao nível máximo de responsabilidade e aplicou planos de alta eficiência social
Em seu último compromisso em Londres, esta semana (terça 27), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pelo Instituto de Ciências Políticas de Paris (Sciences-Po), continuou expondo seu entendimento sobre a crise econômica mundial. Fez defesa de uma "nova governança global", reafirmando que a solução para a crise econômica seria "política" e que os países ricos "já não têm a mesma influência" no mundo. Ao analisar a suposta inércia dos governantes dos países em crise, afirmou que este é o momento de tomar decisões políticas, não apenas econômicas.
Nós não podemos estar com o mundo globalizado do jeito que está, e cada país tomando as suas decisões de forma unilateral, sem medir as conseqüências que isso trará para outros países. É preciso que haja mecanismos multilaterais (onde os líderes) possam se reunir e tentar harmonizar (as soluções) (...) A hora é a hora da política. Os dirigentes que foram eleitos, que sentem em torno de uma mesa e comecem a pensar (...) Tem muitos dirigentes que não estão acostumados a viver com crise. Quando você tem crise, não resolve com decisões econômicas, e sim com decisões políticas. O que está faltando são decisões políticas do que fazer com a crise (...) eu acho que se a gente não tiver um novo entendimento sobre uma nova governança global, que reúna os países mais importantes do mundo, a gente não vai encontrar soluções fáceis para s problemas difíceis" (Lula da Silva, The Economist, Londres, 30-09-2011 )Lula disse também que a atual geração aprendeu que no mercado estaria a solução de tudo e agora vê que ele não resolveu, e que por isso sustentava que “está na hora da política (...) das pessoas eleitas dizerem como é que vão cuidar do mundo".
"O problema que está acontecendo na Europa é que ela está precisando de decisões políticas, e não econômicas (...) A hora não é de negar a política, e sim fortalecê-la. A hora é de exigir que os dirigentes eleitos democraticamente digam qual é sua decisão política” (Lula da Silva, Sciences-Po, Paris, 27-09-2011).Lula está na Europa desde o início da semana. Na quinta-feira, o ex-presidente recebeu o prêmio Lech Walesa, na Polônia, e mais US$ 100 mil, que serão doados a certo país africano.
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