Desertificação afeta dois bilhões de pessoas
Mudanças climáticas, exploração agrícola desenfreada e má gestão dos recursos hídricos são as principais causas
Lançada hoje em Fortaleza a a Década das Nações Unidas para os Desertos e a Luta Contra a Desertificação, da Organização das Nações Unidas (ONU). Tem por objetivo atrair a atenção e a sensibilidade das autoridades e da população em defesa de medidas de proteção e gestão adequada das regiões atingidas pela seca. A degradação da terra ameaça a subsistência de mais de 2 bilhões de pessoas em cerca de 100 países, segundo o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon
Prestando uma assistência sistemática às comunidades locais, podemos preservar ou recuperar milhões de hectares de terras, reduzir a vulnerabilidade às alterações climáticas e atenuar a fome e a pobreza de um terço da humanidade (Ban Ki-moon, 2010)
Deserto e oasis, na Libia.
Os principais problemas são causados pela degradação contínua do solo devido às mudanças climáticas, à exploração agrícola desenfreada e à má gestão dos recursos hídricos. De acordo com especialistas, este conjunto de dificuldades ameaça a segurança alimentar das comunidades afetadas e pode levar à fome e à miséria, além de gerar a degradação de solo produtivo.
Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sugerem que um terço da população mundial vive em regiões atingidas pelos desertos, o que na prática provoca ameaças econômicas e ambientais. A desertificação abrange mais de 3,5 milhões de hectares, que representam 25% do mundo.
O especialista para América Latina e Caribe na convenção da ONU, Helio Matallo, afirmou que quase todos os países da região sofrem em decorrência da desertificação.
Na América Latina, 80 milhões de pessoas vivem em regiões áridas e semi-áridas. Esta população sofre com os problemas da degradação dos recursos naturais nestas áreas (Matallo, 2010)No Brasil, desde agosto do ano passado, já existe o Plano Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (Pan-Brasil) nos termos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Agenda 21). Foi elaborado conjuntamente com os nove Estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Mas faltou o Rio Grande do Sul.
No Estado de Alagoas, as áreas susceptíveis à desertificação correspondem à 52,4% de toda a extensão territorial do Estado, ocupando uma área de 14.745 Km² e se mostram de forma mais grave ou intensa na região do alto sertão. No sudoeste do Rio Grande do Sul, algumas áreas desertificadas também preocupam.
Acompanhe este assunto pelo site da Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas , que acontece em Fortaleza
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