Exclusão e miséria


A situação de exclusão social e miséria que vive a população árabe fica evidenciada nos recentes acontecimentos de amplas mobilizações sociais, com o povo nas ruas exigindo o fim de governos ditatoriais, corruptos e aliados das potências imperialistas ocidentais. Os habitantes do Norte da África (Magreb) e Oriente Médio têm em comum as péssimas condições de vida e a atuação predatória das grandes multinacionais petrolíferas ocidentais.
[Caroline Santos, Sintese.org.br, 17-02-2011]
Memórias de uma época - I

20091003

Começou a marcha mundial pela paz

Não faltam mentes febris de governantes e grupos econômicos do aparato militar-industrial - o poder na sombra - que vêem como saída para essa “desordem”, que eles mesmos geraram, a confrontação armada.

No dia 2 de outubro de 2009, quando se completavam 140 anos do nascimento de Mahatma Gandhi - Dia Internacional da Não-Violência - na Oceania, em Wellington, iniciou-se a Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência.

Nova Zelândia, o país mais oriental do planeta, é uma referência para o mundo por sua luta pela paz e pelo desarmamento, porque os neozelandeses se livraram do jugo de bases estrangeiras e do armamento nuclear.
Neste lugar extremo e afastado dos centros de poder, iniciou-se esta ação mundial. Vieram da parte oriental, das ilhas Chatham (Rekohu) que é o lugar que recebe os primeiros raios de sol que iniciam o dia no planeta. Ali, com amigos de culturas ancestrais, os Moriori, iniciou-se este percurso que terá um valor simbólico.

Esta marcha mundial, que alguns qualificaram como a maior manifestação que se realizará pela paz e pela não-violência, percorrerá mais de 100 países dos 5 continentes, coisa nunca antes realizada na história, e acabará em 2 de janeiro de 2010, no Parque de Estudo e Reflexão de Punta de Vacas, aos pés do monte Aconcágua, o teto do ocidente.
Esperamos que, assim como aqui amanhece o dia para o planeta, comece para toda a humanidade um novo dia com um mundo sem armas nucleares e sem guerras.

Amigos, como todos vocês sabem, além de Wellington, hoje em muitas outras cidades, povoados, inclusive em pequenas aldeias, também começa esta grande marcha com uma multiplicidade de ações. Uma grande saudação aos amigos da Austrália, dos países asiáticos, da África, aos amigos da Europa, aos amigos da América do Norte e aos amigos da América do Sul.

Esta marcha já impactou nossas consciências. Estamos decididos a trabalhar pelo desaparecimento das guerras e pela eliminação da violência. Esse desejo que a maioria dos seres humanos carrega em seu coração há muito tempo, hoje ganha um novo sentido, pois podemos nos sintonizar como uma só voz em todo o planeta. Nunca antes tivemos uma oportunidade como esta. Esta marcha pode se transformar em um fenômeno sem precedentes que nos situe em um novo momento histórico. (Rafael de la Rubia)



Manifesto da Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência

Carta aberta de um cidadão aos poderosos do mundo

A violência se instalou na vida humana em todo o planeta e não há maneira de acabar com ela. Não há governo, nem exército, nem religião, nem partido político, nem grupo econômico capaz de derrotar a violência no mundo. Não há poder capaz de acabar com a violência que cresce dia a dia, infiltrando-se em todas as nossas atividades e em nossa intimidade. O poder destrutivo da violência, que está se apoderando da humanidade, é a cada dia mais terrível e perigoso. Se a violência continuar crescendo aceleradamente junto com sua capacidade de destruição, as conseqüências serão desastrosas.

Poderemos mudar a direção dos acontecimentos que pressagiam calamidades humanas de dimensões nunca antes conhecidas? Trata-se de uma quantidade enorme de armamento letal, nuclear, biológico, químico e convencional com poder para aniquilar a vida no planeta. Este ano, com a mais grave crise financeira mundial, em que todos nós experimentamos as restrições da recessão, voltou-se a bater o recorde de investimentos em armamento.

Somos todos responsáveis pelo que está acontecendo e temos que tomar uma decisão em nosso interior. Ou continuamos apoiando nossos governos em sua política armamentista, sempre justificada pelo temor e pela vingança, ou unimos nossa voz e nosso sentimento ao de milhões de seres humanos de diversos idiomas, raças, crenças e culturas para acender a consciência humana com a luz da Não-Violência.

O armamento nuclear se proliferou por muitos países, está ao alcance de grupos fora do controle dos Estados. Hoje, sua justificativa como elemento dissuasivo ou defensivo chegou ao limite do absurdo e acreditamos que o único caminho é o desarmamento nuclear mundial total.

Senhores(as) presidentes(as) e primeiro-ministros(as) dos Estados Unidos da América, Federação Russa, República Popular da China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, República Democrática Popular da Coréia e Israel:

Recai sobre vocês a responsabilidade deste momento em que se decide o futuro humano. Vocês serão os que decidirão entre a história e a pré-história, entre a humanização e a animalização, entre uma terra para todos ou um mundo aterrorizado, entre uma terra generosa ou um deserto contaminado. Vocês serão os responsáveis pela atmosfera social que respiraremos nos próximos anos.

Colocamo-nos em marcha, percorrendo o planeta, para fortalecer a voz que clama por um mundo humano. Já não podemos ver mais sofrimento em nossos semelhantes. Já não queremos mais guerras. Sentimos essas agressões em nós mesmos. Em nossa consciência, aconteceu uma mudança e não há volta. É necessário desmantelar as armas de destruição massiva, assim como reconverter um sistema econômico que produz pobreza, discriminação e morte. É necessário proteger a vida para construir um mundo de direitos e oportunidades iguais para todos.

Exigimos de vocês que priorizem em suas políticas de defesa e relações exteriores:
• o desarmamento nuclear em nível mundial;
• a retirada imediata das tropas invasoras dos territórios ocupados;
• a redução progressiva e proporcional do armamento convencional;
• a assinatura de tratados de não agressão entre países; e
• a renúncia dos governos a utilizar as guerras como meio para resolver conflitos.

Não deixaremos que a Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência passe despercebida entre nós, em nossas famílias, em nossos povos e em nosso mundo.
Faremos crescer este impulso que nos comunica com o melhor de nós, de cada um, com o melhor do ser humano.

Somos milhares, seremos milhões e o mundo mudará.

1 Comentário(s):

Flavio Flora ⟴ 4 de janeiro de 2010 às 13:52  

Depois de passar por mais de 100 países, a Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência chega ao seu ponto final. Mais de 200 cidades participaram desta movimentação, promovendo diferentes atividades, sempre com a mensagem comum de conscientizar as pessoas sobre a crescente violência em que vivemos.

Na visão dos organizadores, a Marcha superou as expectativas, mostrando que milhões de pessoas (incluindo governantes e lideranças políticas de todos os níveis), de diferentes culturas e religiões, na África, Asia, Europa, América e Oceania, têm o mesmo pensamento: querem a paz e a não-violência e estão dispostas a trabalhar por esse desejo.

A solenidade de encerramento da Marcha aconteceu no Parque Punta de Vacas (Argentina), ao sopé do monte Aconcágua, no último dia 2 de janeiro, na presença de mais de dez mil pessoas.

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